As grandes ambições de cada projeto
Minha Revolução Monteira é, talvez, a obra mais ambiciosa que já comecei. Tantas ambições que tem grandes chances de falhar em várias delas. A maior delas provavelmente é delinear uma utopia. Botar no papel o que é o mundo pelo qual lutamos. Há um pouco de pensamento utópico em O Círculo, doses homeopáticas dele, mas olhando tudo que escrevi, posso ver muito mais do mundo contra o qual lutamos do que do pelo qual lutamos.
Não me espanta, porque escrever é também expurgar a angústia que nos impede de viver, mas me incomoda. Em algum momento a gente encarna o Bandeira dizendo Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
e diz que não quer mais saber de revolta que são enseje construção.
Minha Revolução Monteira quer construir. Quer muito muita coisa e está destinada ao fracasso, como toda empreitada humana, mas nunca o fracasso total. Pelo mesmo motivo, está condenada ao sucesso, apesar de nunca o sucesso total. Nossas ambições são sempre maiores que realizações, porque essa é a natureza das utopias.