Delicie-se

    Cochise César

    O criador do Deleites.
    Histórias 3
    Capítulos 24
    Palavras 13.1 K
    Comentários 0
    Leitura 1 hora, 5 minutos1 h, 5 m
    • por Cochise César — Um símbolo pagão na igreja? — Paula perguntou incrédula. Os alunos começavam a ir para suas atividades do contraturno e Arthur tentava convencer Paula a os levar para dentro da sacristia, procurar um símbolo celta. — Pagão é uma palavra um pouco pesada. — Roberta reclamou. — Mas não é o que ele é? — Ela perguntou. — Ele é celta. — Marcus corrigiu — Pagão é que nem “bárbaro”. Uma palavra para colocar todos os outros no mesmo balaio, um balaio ruim. Você é…
    • por Cochise César Não foi difícil achar a mesa do Círculo no refeitório. No canto. — Isso é um filme americano? — Perguntou ao se sentar. — Não, mas bem-vinda à mesa dos excluídos. — Pâmela respondeu ao chiste. — Correu tudo bem ontem? — Paula perguntou à Pâmela assim que chegou mesa. — Depois daquele episódio não me batem mais. — ela respondeu com a fleuma exagerada — E se não me batem está tudo bem. — Você não devia falar assim. — Paula retrucou. — Por quê? —…
    • por Cochise César Já estava subindo a escada quando deu meia volta e foi para os banheiros. Os blocos tinham o mesmo projeto, um espelhava o outro, uma árvore espelhava a outra. Não se espantou de encontrar Arthur de pé ao lado da entrada do banheiro feminino. — Também estou curioso, — ele disse à guisa de cumprimento — se é Malkut ou Taumiel. Ele tinha estudado sobre a Cabala e a Qliphot à noite, chamava as Sephira e Qliph pelo nome, Roberta constatou. Enquanto isso ela estava "sem internet" em casa,…
    • por Cochise César O jantar tinha passado em silêncio completo. Só quando recolhia as vasilhas a mãe falou. — Como foi sua terapia? — Não é terapia. Ela já estava na cozinha lavando os pratos quando perguntou de novo. — E como foi? — Foi bom. — respondeu, sem conseguir falar algo que realmente significasse alguma coisa. — Eles são legais. Roberta foi para o quarto logo depois. As palavras de Paula não saíam da cabeça mas não conseguia achar palavras para dizer para Agda o que queria.…
    • por Cochise César Tentava não pensar na hora. O resultado preliminar poderia ser publicado a qualquer momento, e já tinha visitado o site mais vezes do que atrevia a contar. Tentava lembrar de que precisava apenas passar, que há dois meses o Congresso havia aprovado a universalização das bolsas de pós-graduação, que apesar de ser uma medida gradual, o número de bolsas já ia aumentar ano que vem, e com elas as chances de poder se matricular. Que o projeto estava longe de ser fraco, que por ser cotista as chances…
    • por Cochise César O bar estava cheio. Fim de semestre. Várias mesas de plástico emendavam-se em uma linha comprida que lembrava uma mesa de refeitório. Devia estar alegre, mas apenas cansado. Ir e voltar, quase duzentos quilômetros cada, mais o estresse da entrevista. Era como se a vida estivesse em outro lugar, e não no seu corpo. Provavelmente veria muito pouca gente que estava na mesa depois de hoje. As aulas terminavam oficialmente semana que vem, mas já tinham todos defendido e a última semana, salvo…
    • por Cochise César — Tenho que elogiar o projeto, porque está muito bem escrito, mas ao ler fiquei em dúvida sobre a importância dele, porque me parece que já existe uma ampla bibliografia sobre o tema, a qual inclusive você cita extensivamente, então não posso assumir que a desconheça. — o professor falava em tom amável, logo depois da rodada de apresentações. Tinha uma tatuagem no pescoço que escapava pela gola da camisa verde e branca e óculos de casco de tartaruga. — Então, preciso perguntar: “O que…
    • por Cochise César Tinham se separado depois da cena na escada para tirar fotos dos símbolos conhecidos e procurar novos. Já era quatro da tarde quando se reuniram sob a figueira, no fundo do pátio entre os prédios. A maioria dos alunos já tinha saído da escola e a sombra da figueira estava deserta. Pâmela parecia impaciente enquanto esperava Arthur cruzar o pátio a passo lento. Ele teve que esperar o grupo de teatro sair da sala para tirar sua foto, então era o último a chegar. — Ele podia andar rápido. —…
    • por Cochise César Duas horas depois do início oficial Guilherme determinou o fim do encontro. Roberta não tinha falado mais nada nesse tempo, só ouvido. Brigas de família, problemas banais e até alguns problemas sérios. Queria ficar e fazer algumas perguntas para Guilherme, mas também queria acompanhar o resto do Círculo e descer. Boa parte deles já estava no corredor quando viu Paula acenando com a cabeça, indicando a saída e a acompanhou. — Alguém desenhou um símbolo de magia negra no banheiro feminino.…
    • por Cochise César O metal ainda borbulhava sob uma crosta, mas pronto a transbordar quando se fechou no box, respirando fundo o ar cheirando a desinfetante para acalmar o vulcão que queria acordar. Como esperaria, se tivesse tido tempo de pensar, em pouco a porta se abriu e alguém foi para o box do lado. — No início do ano eu levei um pé na bunda. — a voz vinda do outro lado era da garota gorda — O namoro era muito importante pra mim. — pausa — Saber que tinha alguém que gostava de mim, mesmo eu sendo…
    E-mail
    Nota